Ser Gordinha

Beleza Incondicional - A arte de se viver bem


O que mais caracteriza o sexo feminino se não a vaidade, a beleza, a sutileza e a sensualidade que lhe é peculiar? Características naturais e prevalentes em qualquer mulher. Portanto, quando não estamos de bem com o nosso corpo, isso reflete diretamente na nossa auto-estima, no nosso cotidiano, na nossa vida como um todo. E queira ou não, o peso é sem dúvida nenhuma o maior vilão da dor de cabeça feminina.

Que mulher já não achou que deveria perder dois quilinhos? Que já se culpou por ter comido aquele pedaço de bolo a mais, ou que já se entupiu de laxante após ir naquela pizzaria.. Para você ver, que essas são as mulheres tidas como normais. Mas imagine aquelas que as quilos a mais se tornaram tão temíveis que há séculos sequer se aproximam de uma balança!

Que mulher já não se sentiu mal por não saber que roupa vestir naquela festa importante, imagine ainda se tivesse que disfarçar as gordurinhas que saltam debaixo dos braço, ou deitar na cama e trancar a respiração para vestir aquela calça apertada... Pense em como é mais difícil cruzar as pernas, amarrar os cadarços ou usar aquele biquine no verão! Como diria um velho amigo: As gordinhas sofrem...

Pois é, todas nós já passamos por uma situação como esta, e em algum momento das nossas vidas certamente tentamos nos livrar disso tudo com dietas e simpatias malucas, tipo a do abacaxi, a dos grãos de arroz no sereno, passando fome ou até “derretendo” na academia... E por hora até perdíamos alguns quilinhos, mas nunca era suficiente, e pior, depois de uma relaxada vinha o maldito “efeito sanfona”, este sim, era desanimador! Sempre com o armário repleto de de roupas de todos os tamanhos, sem que nada te sirva e cada vez que é preciso sair de casa era aquela lamentação...

Nunca esquecendo as marcas do sutiã apertado que nos corta as costas, mas ainda assim suportamos... E mesmo sabendo não aguentar mais de dez minutos sobre um salto, ainda insistimos em sair com a mais linda e alta sandália... Sim, pois calçados sempre temos bastante, afinal, o número é sempre o mesmo!

Aliás, coisa boa é mesmo comprar bolsa e sapato, é o nosso momento de glória! A vendedora só pergunta a cor e o modelo, e por mais que seu pé seja gordinho, comprar um número a mais resolve o problema do inchaço. Mas as botas, ah... maldito ziper que não fecha!

Não reclamo da obesidade, do desânimo que me dá só de pensar em fazer uma caminhada, de não entrar em uma calça jeans, de não poder ir a praia e jogar frescobol na areia ou tomar um banho de piscina sem a a famosa piadinha: SPLAFFFT!!!

Minhas queixas não se resumem ao pneu que sobra sob o encosto do braço no ônibus, quando os homens se aproximam de mim para saber das minhas amigas, ou pela maneira de como as crianças me apontam na rua... Não reclamo por ficar sentada nas festas, tão pouco quando asso entre as pernas quando uso saia. Essas são opções minhas, é meu o dever de optar por sair de casa ou não, de ir a festa ou não, de ir a praia, dançar, me vestir bem, de ser feliz...

Minha luta não é apenas comigo, de aceitar as minhas limitações e viver do que me resta, mas isso não é revolta nem lamentação, isso já é coisa do passado... Hoje isso tem outro nome: é resiliência, amadurecimento, o modo como você espera que os outros te vejam.

Hoje, entendo que as pessoas são diferentes e que cada uma deve superar seus fantasmas, para também ser visto de uma forma diferente. A obesidade é doença, não comodismo.

É doença da alma, que consome e desanima, é o abandono de si, é a entrega dos pontos, jogar a toalha antes do fim do jogo.

E não me entenda mal, a obesidade não é mesma coisa que simplesmente ser gorda. Quando se é gorda apenas, a gente dá um jeito, passa Hipoglós nas pernas para não assar, usa extensor de sutiã para o danado não apertar, compra um sapato maior, usa nesga nas calças... Salve as confortáveis plataformas, as mangas morcego, as calças legging e suas vest's, os decotes “V” e todas as roupas democraticamente corretas! Use a moda a seu favor, escolha o que lhe cai bem, não apenas o que ditam as passarelas, mas vamos combinar, até a Gisele Bundchen de regatas e bermudões de malha não fica bem...

Se anime, se aceite e quando aquele cara se aproximar para saber da sua amiga, você aproveita e dá uma investida nele, no final, você pode acabar ficando com o garotão!

Ser gordo apenas, é amarrar uma canga na cintura e se tocar para praia com as amigas, se maquiar, se perfumar, caprichar no decote... E na festa, dançar sozinha, é moda, como nas boates! E aquele trauma da balança, já nem te preocupa mais, pois o peso não importa, você está bem!

Aliás, quando você se ama e se aceita, nada é problema, existem até as modelos Plus Size, que depois de Galtier, não param de surgir!

A auto-estima exala auto-confiança, as pessoas não se atraem por um umbigo de fora, um bumbum sem celulite ou pernas tão malhadas como as do Roberto Carlos... As pessoas se aproximam de gente alegre, inteligente e cheia de boas idéias e isso independe do seu biotipo. Aliás, que homem não adora um decote bem generoso, um bumbum grande e um rosto quase sempre de princesa? Yes, isso nós temos!

Se nas lojas não existem roupas das marcas que tanto gostamos do nosso tamanho, esqueça, essas grifes não servem para nós, não gastaremos nosso dinheiro comprando essas porcarias que nos apertam e nos deixam feias...

Se aquele carinha da faculdade não te dá bola, você sabe, ele não é bom o suficiente para você, não perca tempo correndo atrás de quem não te quer, seu tempo é muito precioso para desperdiçar com babacas.

Valorize-se! Pois as pessoas que te amam de verdade sempre estarão ao seu lado, independente do seu peso ou forma física.

Pare de querer ser magra a todo custo, e passar um dia inteiro com um copo de água no estômago! Isso só fará aumentar sua fome a noite e deixará seu cabelo opaco e sem vida... Além do que, ninguém vai conseguir suportar seu mau humor!

Se alimente bem, como verduras, frutas, coisas leves a cada três horas, isso além de te deixar mais bem disposta, garantirá uma vida mais longa e te deixará com uma pele e bebê!

Não seja um obeso frustrado, leve a vida saudável e feliz, cada um é refém de suas escolhas, a magreza também não é sinônimo de felicidade, e nem ter o ossos aparentes é garantia de uma namorado fiel e carinhoso.

Tudo depende exclusivamente da forma como você vê as coisas e o que deseja para si, isso sim te trará a beleza incondicional. Não escolha ser magro ou gordo, opte por ser feliz.